quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Represa de Três Marias

A empresa que construiu a Represa de Três Marias era a Suvale (que hoje é chamada Codevasp). A inauguração de tal represa se deu em 1957 e seu objetivo de construção era o de regular a vazão (volume) do Rio São Francisco e outra função importante seria o mantimento de um tirante mínimo de água à navegação, à irrigação e à produção de energia. Entretanto havia um problema: a região possuía uma pouca vazão (por isso que se necessitava da regulagem), pois 2/3 da extensão do Rio São Francisco se encontra em área de clima semi-árido. Um tempo depois da inauguração da represa foi construída a Usina Hidrelétrica de Três Marias, em 1961, aproveitando assim a água represada do Rio São Francisco, ela se torna fator limitante pelo fato de gerar maior energia potencial do que cinética, ganhando assim em energia, um rio perene no qual por causa da hidrelétrica não transborda, ou seja, a água que chega sai

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Igrejas Visitadas

Nossa Senhora da Imaculadaa Conceição
Capela de Nossa Senhora dos Merces
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Basílica do Senhor bom Jesus de Matosinhos

Igreja São Francisco de Paula

Imagens da viagem

Exemplo de monocotiledônia
Exemplo de dicotiledônia
Exemplo de dicotiledônia
Demonstração do epifitismo


Exemplo de Dicotiledônia Exemplo de Dicotiledônia


Representação do Manuelzão
Exemplo de Dicotiledônia
Exempolo de Dicotiledônia
Exemplo de Monocotiledônia
Exemplo de Dicotiledônia






Faixada do museu de manuelzão
Objetos rústicos utilizados por Manuelzão

Forno à lenha
Construção de Oscar Niemeyer




Mina de Ouro


Há várias minas na região, motivo pelo qual visitamos uma. Trata-se de uma mina de ouro desativada, usada no século XVIII, que hoje funciona como museu.


Pelo guia nos foram contados vários costumes da época, relacionados à mineração, entre eles a seleção artificial que ocorria com relação aos escravos, ou seja no intuito de fazer com que não nasçam escravos altos, improdutivos nas baixas minas, estes não podiam se reproduzir, tendo os testículos esmagados; a questão da expressão "de bucho cheio", pois o bucho era o lugar onde o ouro ficava até ser recolhido no fim do dia, e de acordo com a quantidade era dada a comida aos escravos, então bucho cheio significa muita comida; ou a importância do sal, por ser o responsável por manter a pressão sanguínea dos escravos alta.


Nas paredes do interior da mina podem ser vistos metais e as características das rochas da região.

Novelis


É uma empresa de capital fechado (apenas o grupo que a administra apresenta capital aberto) que, antes era chamada de Alcan (Alumínios Canadenses), como o nome fala é responsável pela produção de alumínio primário.


A empresa é uma multinacional e é líder mundial na área de laminados de alumínios por receita e apresenta sede em Atlanta, Estados Unidos, a empresa mantém por meio de suas subsidiárias e associadas localizadas na Ásia, Europa, América do Norte e América do Sul atividades de mineração de bauxita, refinação de alumina, geração de energia, produção de alumínio primário, laminação de alumínio e reciclagem, assim como pesquisa e tecnologia.


Para a produção de ferros, ligas metálicas e alumínio necessita-se de uma grande quantidade de energia, portanto a empresa construiu uma Pequena Central Hidroelétrica do Sal que favorece no fornecimento de parte da energia gasta pela indústria a principal razão de tal ato foi o fato dos altos impostos cobrados pela larga energia que seria utilizada no processo e com a produção da própria energia esse gasto é reduzido drasticamente.Para visualizar a quantidade gasta na indústria faz-se uma comparação: “só um forno consegue utilizar a mesma quantidade de energia gasta por uma família de 4 pessoas (e na fábrica estão presentes 300 fornos)”.


A indústria é caracterizada como uma indústria de processamento(pois há um alto beneficiamento da matéria), uma indústria pesada(devido à larga quantidade de energia necessária para sua produção), dinâmica( isso pois há um contínuo incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias), e produz bens de produção na qual é uma indústria de bens intermediários(pelo fato de produzir objetos que compõem outros produtos).


A indústria apresenta a tecnologia do Dryscrubler que filtra mais de 90% os gazes que são emitidos na produção de alumínio e a fumaça que se vê saindo da fábrica é na maior parte composta por água e tem um pequena quantidade de gases.


Uma curiosidade é que a região na qual está instalada a UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) era uma mina onde a Alcan, na época, retirava bauxita (que é a matéria-prima para a produção do alumínio).


Produção do alumínio:


1. A bauxita que é recebida é mandada para a moagem.
2. Depois da moagem a bauxita moída é transformada em alumina(essa que é utilizada na produção de velas para carro).
3. Reduçãoà Essa etapa transforma a alumina em alumínio líquido, é a etapa que mais consome energia. Nessa fase é dissolvida a criolita na alumina para reduzir a temperatura necessária para transformar a alumina em alumínio líquido (é reduzida de 2000º C para 800º C) Existiam 3 reduções, mas a quantidade caiu para 2 reduções por causa do aumento do preço da energia.
4. Refusãoà transformação do alumínio líquido em placas.O gás que é emitido nessa etapa é o BPF.
Laminação de chapas: Produção de grandes bubinas; Afina a matéria feita em Ouro Preto.
Fabricação de Folhas: Produção de folhas metálicas.


A reciclagem é bem lucrativa na produção de alumínio, pois ao reciclar 1 tonelada de alumínio, economiza-se 5 toneladas de minério.


Na indústria é priorizada a segurança de cada trabalhador, pois é um tanto perigoso trabalhar com fornos a 800º C, por isso são utilizados vários EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).


Na década de 1970 a Alcan, na época, foi acusada de ser responsável pela corrosão da pedra sabão (presentes em várias esculturas da região) e de componentes que estão presentes nas construções da cidade. Com isso foi criado o projeto de incentivo à cultura, que dá apoio financeiro a grupos que se inscreve em tal programa.


A energia utilizada é hidro e termoelétrica.


Resíduos:


- SPL
- Cake Fluoretado
- CRB: apresenta alta concentração de carbono, mas uma parte é reutilizada.
- Skiny: apresenta 60 de alumínio.


Ligas metálicas são materiais com propriedades metálicas que contêm dois ou mais elementos químicos sendo que pelo menos um deles é metal.Apesar da grande variedade de metais existentes, a maioria não é empregada em estado puro, mas em ligas com propriedades alteradas em relação ao material inicial, o que visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de produção. Um exemplo de liga metálica é a alumina que é acrescentada a criolita em sua estrutura para a reduação da temperatura de fusão, economizando assim em energia gasta.

Votorantim Metais


Pela tarde, fomos à indústria Votorantim metais, responsável apenas pela produção de diversas formas do Zinco, embora o grupo Votorantim esteja presente nas áreas de agroindústria, celulose e papel, cimento, energia, finanças, metais (níquel, zinco e alumínio), novos negócios e química. A empresa tem papel fundamental na cidade de Três Marias, sendo responsável por vários empregos diretos ou não; e vale ressaltar que ela se encontra no local devido às facilidades energéticas que a Usina hidrelétrica proporciona e ao rio São Francisco.


A empresa é familiar, de capital fechado e extensivo; utiliza máquinas pesadas e consome muita energia. Tem como matérias primas minérios brutos provenientes de minas próximas, como a de Vazante. A mão de obra é vasta, desde a especializada à operária.


O processo produtivo é vasto e inclui a chegada do Zinco à indústria, separação dos outros metais, purificação com diversos produtos químicos, derretimento em fornos e outros. A questão ambiental foi o principal foco da discussão, e a empresa a todo momento tentou passar a imagem de preocupação ambiental, procurando chegar ao “resíduo 0”, por meio do reaproveitamento. E uma outra medida importantíssima na preservação ambiental é a presença de filtros nas chaminés os qual controla a emissão de gases nocivos no ar, deixando apenas passar o vapor de água. A empresa produz resíduos tóxicos, como cádmio, zinco e cobre, e por isso há uma barragem onde tudo isso é depositado(essa que apresentou uma infiltração que com esse há a probabilidade de derramamento de resíduos no rio São Francisco), além de haver tratamento de água usada na produção, que é lançada no rio São Francisco. Apesar disso, antigamente todos os resíduos eram lançados diretamente no rio, o que causou muitos problemas. Além disso a empresa apóia diversos projetos envolvendo educação, estágios, etc.


As importâncias do Zinco são várias, entre elas dar proteção contra corrosão e ferrugem (banho de zinco líquido), fabricação de pneus, no corpo humano, em relação ao funcionamento de enzimas, no revestimento interno de pilhas, na indústria farmacêutica, para produção de ligas.


A empresa presa como finalidades o compromisso com i progresso da sociedade e do desenvolvimento sustentável e tendo esse lema ela faz a qualificação de jovens e ela apresenta uma parceria com a APAE e com um grupo de pessoas idosas que ajudam na fabricação de caixas de presente de aniversariantes do mês. Há o programa de elevação de escolaridade no qual a Votorantim ajuda no salário dos professores beneficiados.


Os trabalhadores do local perdem muitos sais minerais por decorrência do óxido de zinco, presente em alguns processos da produção. E constantemente passam grandes caldeirões, nos quais há metais derretidos e, portanto, apresentam uma elevada temperatura podendo provocar graves queimadura às pessoas que passam distraídas no local.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Barroco



Sob o patrocínio das irmandades ocorreu uma transformação nos conceitos artísticos da Colônia, que sofriam a influência do estilo barroco europeu. Em um momento em que o estilo neoclássico começava a dominar Lisboa, o barroco era novidade para aquela região.


Aos poucos, vencendo algumas limitações técnicas e materiais, delineava-se, na arquitetura, por exemplo, a fisionomia de uma autêntica arte local conhecida como Barroco Mineiro. Este estilo utilizou, com grande vantagem, materiais típicos, como o cedro e a pedra-sabão (uma variedade macia da esteatita), adaptando-os às necessidades das obras.

As primeiras capelas, erguidas nos arraiais auríferos, seguiu-se a edificação de templos com magníficos altares, tetos pintados e imagens adornadas com ouro e pedras preciosas.

Surgiram além das igrejas, edifícios públicos e inúmeras moradias. As inovações artísticas pareciam acompanhar a vida econômica e financeira de uma região ilusoriamente próspera.
Nessa sociedade onde, em função da exploração das minas, crescia o número de escravos negros, a mestiçagem ocorria freqüentemente. Nos anos 70 do século XVIII era esmagadora a presença de mulatos e negros na capitania das Minas. Dados da época davam conta de que, dos cerca de 320 mil habitantes, 60 mil eram brancos. Então eram mulados muitos daqueles que participavam desta verdadeira escola que, nascida de mestres europeus, frutificou e amadureceu, encontrando sua própria expressão do "Belo".


Entre eles o mais famoso foi Antônio Francisco Lisboa (1730/1814), responsável por uma vasta obra na arquitetura e na escultura, destacando-se com projetos nas igrejas e nos centros urbanos.


Nascido filho ilegítimo do português Manuel Francisco Lisboa (autor da planta da igreja do Carmo da Vila Rica) com uma escrava negra, seus trabalhos revelavam o extraordinário desenvolvimento do Barroco Mineiro. Considerado gênio por muitos, sofria de uma doença que o deformava - origem do apelido "Alejadinho" - e, por isto trabalhava com o martelo e o cinzel amarrados nos braços. Considerava-se um "escultor ornamental" que utilizava, no exercício de sua arte, o padrão decorativo do entalhe (madeira esculpida).


Entre as suas inúmeras obras, a mais significativa encontra-se na atual cidade de Congonhas do Campo, no santuário de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinho.
Decorando o interior das igrejas mineiras, simultaneamente desenvolveu-se uma escola de pintura que, assimilando elementos estrangeiros, soube traduzi-los e adaptá-los às características regionais.


Um dos seus representantes mais importantes foi Manuel da Costa Ataíde. Retratou no teto da igreja de São Francisco, em Ouro Preto, a Virgem Maria como uma mulher morena que, cercada de anjos mulatos, acolhia piedosamente os fiéis em sua glória no teto da igreja de São Francisco, em Ouro Preto, fugindo aos padrões da pintura européia.

A música, tanto para o serviço religioso quanto para o entretenimento, era utilizada, desde o tempo da construção dos primeiros arraiais e das primeiras capelas de taipa, no território das Minas.


Assim como na arquitetura e nas artes plásticas, os músicos, em sua maioria, eram negros e mulatos, escravos ou libertos, conduzidos por um regente branco, geralmente um vigário ou padre.


Para os escravos, mesmo os que não tinham qualquer instrução musical, aquela atividade era muito atraente. Podiam através dela, desfrutar de melhores condições e prestígio e, se juntassem algum pecúlio, em certas circunstâncias, podiam comprar a alforria.


Nas festas religiosas, aparentemente o grande momento de congraçamento entre as irmandades ,a música estava sempre presente. Os instrumentos mais utilizados eram o cravo e a flauta. Entre os vários músicos, como o português padre José Maurício (1752-1815), destacava-se Antônio de Sousa Lobo, mulato, chamado de "Mestre Capela," que liderava um grupo muito conhecido e solicitado.

Santuário Bom Jesus de Matosinhos



São 78 esculturas em tamanho natural, dentre elas 12 profetas dispostos no adro da igreja e confeccionados em pedra-sabão. As outras, em cedro, formam e representam os Passos da Paixão de Cristo. O conjunto de imagens é tão monumental que foi considerado pelo francês Germain Bazin, grande estudioso do barroco mineiro, um dos mais belos da Terra. Ele foi ainda mais longe: acreditava ser "a última aparição de Deus evocada pela mão do homem." E tudo isso no coração de Minas Gerais, distante milhares de quilômetros dos grandes centros europeus formadores da sociedade ocidental.


Tudo começou na segunda metade do séc. XVIII pela iniciativa de um homem encardido pelo pó de minério e impregnado de fé. O português Feliciano Mendes, após se recuperar de uma doença contraída nos muitos anos de labuta nas minas de ouro, decidiu construir um templo em homenagem ao Bom Jesus do Matosinhos, a quem fizera uma promessa. Passou o resto de sua vida coletando esmolas e em 1757 começou a obra, morrendo em 1765 sem vê-la concluída. Muitos artistas foram contratados e juntaram seus talentos para dar o acabamento À Basílica. Nomes como Manoel da Costa Ataíde, Francisco Xavier Carneiro, João Nepomuceno Ferreira e Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho) tocaram com sua arte o sonho de Feliciano. A igreja recebeu acabamento, pinturas e entre 1777 e 1790 foi construído o adro e suas escadarias. Este adro, a partir de 1796, seria o palco perfeito para o imaginário de Aleijadinho. Os profetas em pedra e os Passos se adequaram harmoniosamente ao espaço e concepção arquitetônica do Santuário.


Entre 1796 e 1805 Aleijadinho deixou o que muitos consideram sua obra-prima. Não estava sozinho. Contava com a ajuda de seus discípulos. Um estudo preciso das 66 estátuas dos Passos demonstram variações que comprovam a intercessão de terceiros. Outro dado importante é que Aleijadinho, nesta época, já estava gravemente mutilado por uma misteriosa doença, que pesquisadores acreditaram ser lepra. Trabalhava com as ferramentas amarradas aos braços. Estudos recentes nas ossadas do artista demonstraram que ele sofria de porfiria. Esta enfermidade é caracterizada por sensibilidade À luz, que desencadeia uma dermatite grave e deformante. A mutilação torna-se extensa, causando a perda dos dedos, partes do nariz, orelhas e cicatrizes nas bochechas e boca, quando expostos À luz.Entre 1796 e 1805 Aleijadinho deixou o que muitos consideram sua obra-prima. Não estava sozinho. Contava com a ajuda de seus discípulos. Um estudo preciso das 66 estátuas dos Passos demonstram variações que comprovam a intercessão de terceiros. Outro dado importante é que Aleijadinho, nesta época, já estava gravemente mutilado por uma misteriosa doença, que pesquisadores acreditaram ser lepra. O curioso é que a pintura das estátuas dos Passos só foi iniciada em 1808, com execução do mestre Ataíde e provavelmente também do mestre Francisco Xavier. Indícios permitem afirmar que a pintura dos diversos grupos de imagens era realizada conforme se construíam as capelas que as abrigariam. Uma dúvida surge então: como as três últimas capelas só foram concluídas em 1875, quem teria pintado as estátuas que se encontram nelas?


No livro "Confidências de um Inconfidente", a autora Marilusa Moreira Vasconcelos afirma que Aleijadinho se inspirou nos inconfidentes mineiros (ver "Liberdade ainda que tardia", em "Falando sobre Minas") para compor a fisionomia dos 12 profetas em pedra-sabão. Os semblantes tristes das estátuas e os vários símbolos que elas ocultam, em seus gestos e posicionamento, revelam a angústia e a resposta do artista diante do desfecho trágico da Inconfidência. Verdade ou não este é mais um ingrediente para o fascínio que o conjunto desperta nos milhares de turistas que todos os anos visitam a Basílica.

Ouro Preto




A cidade foi fundada pelos bandeirantes vindos de Taubaté por leitos de rios (das Velhas), em 1693 a 1695, em busca de metais. Porém havia indígenas na região, que expulsaram os exploradores; e estes levaram o ouro paladiado que encontraram à Coroa portuguesa, que então financiou novas expedições, as bandeiras, no intuito de retirar o maior número de ouro no menor tempo possível. É da descoberta do ouro paladiado, de coloração escura, que vem o nome da cidade, adotado apenas depois do primeiro nome, Vila Rica, que foi por muito tempo a capital de Minas Gerais.


A cidade foi tombada pela Unesco como Patrimônio Histórico da humanidade, e, de sua renda total, apenas 3.6 % vem do turismo, e grande parte vem da mineração, ainda muito forte na região. A cidade é dividida em dois lados: o paulista, menos luxuoso, e o português, mais luxuoso. Há 13 igrejas na cidade, todas de ordem terceira (construídas por leigos), e por isso havia disputas em ter uma igreja mais rica. O barroco mineiro é tão famoso e destacado porque não é uma cópia de tendências portuguesas, mas uma soma entre elas e a realidade mineira, como por exemplo o relevo, motivo pelo qual são usadas pedras. Foi na antiga Vila Rica que ocorreu o famoso movimento da Inconfidência Mineira, contra a exploração da Coroa Portuguesa. Porém ele fracassou, e como seu líder, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi severamente punido; e a casa onde ele morava foi incendiada.



Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar

Construída quase ao mesmo tempo que a outra matriz, a de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. Inaugurada em 1733, por ocasião do Triunfo Eucarístico. Considerada a expressão máxima de opulência e dramaticidade do barroco. Desde maio de 2000 abriga o Museu de Arte Sacra de Ouro Preto. Construída no segundo período do Barroco, chamado "joanino". É considerada uma das primeiras igrejas mais ricas em ouro do Brasil, tendo gasto 450 quilos entre ouro e prata com a sua construção. O forro da nave é de encaixe (caixotões). São quinze painéis representando o antigo e novo testamento. Nesta igreja trabalharam os principais artistas do século XVIII, como Francisco Xavier de Brito (Mestre de inspiração de Aleijadinho. Foram mais de 400 kg de ouro para cobrir as talhas da nave e a capela-mor possui cerca de 470 anjos. Somente no séc. XIX, sua fachada sofreu alterações. Fica na Praça Mons. Castilho Barbosa. Funciona de terça a domingo, das 9h às 10h 45min e das 12h às 16h 45min.



Igreja São Francisco de Assis

A Igreja de São Francisco de Assis, é uma igreja da cidade de
Ouro Preto construída em estilo rococó, que constitui uma etapa posterior, na evolução do barroco mineiro.


Sua construção teve início em 1766, com projeto arquiteônico, risco da portada e elementos ornamentais como púlpitos, retábulo-mor, lavabo e teto da capela-mor da lavra de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e pinturas de Manuel da Costa Ataíde. Os dois artistas, nascidos respectivamente em Vila Rica (hoje Ouro Preto), e Vila do Carmo (hoje Mariana) são considerados os dois mais importantes nomes da arte colonial brasileira. O forro da nave, em forma de gamela, é totalmente coberto pela pintura de Ataíde, que representa a assunção de Nossa Senhora da Conceição (padroeira dos franciscanos, ordem terceira leiga, que construiu o templo), numa revoada de anjos, de várias faixas etárias - crianças, jovens e adultos - todos mulatos e músicos. Esta igreja é considerada por especialistas como Germain Bazin e Sylvio de Vasconcellos, como a obra-prima de Aleijadinho e Ataíde, opinião compartilhada pelo historiador Diogo de Vasconcellos.


Sobre a magia impactante da expressão barroca, nesta igreja, há um poema de Carlos Drummond de Andrade, publicado em seu livro "Claro Enigma", intitulado "São Francisco de Assis", algumas estrofes estão transcritas abaixo:


São Francisco de Assis
Senhor, não mereço isto.
Não creio em vós para vos amar.
Trouxeste-me a São Francisco
e me fazeis vosso escravo.
Não entrarei, senhor, no templo,
seu frontispício me basta.
Vossas flores e querubins
são matéria de muito amar.

Mas entro e, senhor, me perco
na rósea nave triunfal.
Por que tanto baixar o céu?
por que esta nova cilada?
Senhor, os púlpitos mudos
Entretanto me sorriem.
Mais do que vossa igreja, esta
Sabe a voz de me embalar.
Perdão, Senhor, por não amar-vos.


Destaque: Pintura do teto


O teto, com forro de gamela, é uma das obras primas de Mestre Athayde. A imagem apresenta formas orgânicas, curvas e com base em elementos naturais e Athayde usa o mulatismo para ser mais regional. O medalhão onde Maria aparece rodeada de anjos músicos forma o positivo enquanto o céu no fundo faz oposição a ele, e como característica barroca na imagem temos a valorização da virgem



Igreja de Nossa Senhora da Conceição ou Matriz de Antônio Dias (praça Antônio Dias)


Substituiu a capela erguida em 1699, pelo bandeirante Antônio Dias, fundador de Vila Rica. Construída entre 1727 a 1760, com projeto e construção de Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, é a maior da cidade, rica em trabalhos barrocos. Abriga, em anexo, na sacristia e na cripta, parte do acervo do Museu Aleijadinho, obras de Aleijadinho: mesa funerária de jacarandá e busto de pedra-sabão de S. Francisco de Paula. No altar de N. S. da Boa Morte está sepultado o artista, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Nesta igreja, também encontra-se o túmulo de seu pai..

Comparação entre as sociedades açucareira nordestina e mineira do século XVIII



-Açucareira


A sociedade da região açucareira dos séculos XVI e XVII era composta, basicamente, por dois grupos. O dos proprietários de escravos e de terras compreendia os senhores de engenho e os plantadores independentes de cana. Estes não possuíam recursos para montar um engenho para moer a sua cana e, para tal, usavam os dos senhores de engenho. O outro grupo era formado pelos escravos, numericamente muito maior, porém quase sem direito algum. Entre esses dois grupos existia uma faixa intermediária: pessoas que serviam aos interesses dos senhores como os trabalhadores assalariados (feitores, mestres-de-açúcar, artesãos) e os agregados (moradores do engenho que prestavam serviços em troca de proteção e auxílio).

Ao lado desses colonos e colonizados situavam-se os colonizadores: religiosos, funcionários e comerciantes.


A sociedade açucareira era patriarcal. A maior parte dos poderes se concentrava nas mãos do senhor de engenho. Com autoridade absoluta, submetia todos ao seu poder: mulher, filhos, agregados e qualquer um que habitasse seus domínios. Cabia-lhe dar proteção à família, recebendo, em troca, lealdade e deferência. Essa família podia incluir parentes distantes, de status social inferior, filhos adotivos e filhos ilegítimos reconhecidos. Seu poder extrapolava os limites de suas terras, expandindo-se pelas vilas, dominando as Câmaras Municipais e a vida colonial. A casa grande foi o símbolo desse tipo de organização familiar implantado na sociedade colonial. Para o núcleo doméstico convergia a vida econômica, social e política da época.


A posse de escravos e de terras determinava o lugar ocupado na sociedade do açúcar. Os senhores de engenho detinham posição mais vantajosa. Possuíam, além de escravos e terras, o engenho. Abaixo deles situavam-se os agricultores que possuíam a terra em que trabalhavam, adquirida por concessão ou compra. Em termos sociais podiam ser identificados como senhores de engenho em potencial, possuindo terra, escravos, bois e outros bens, menos o engenho. Compartilhavam com eles as mesmas origens sociais e as mesmas aspirações.


O fato de serem proprietários independentes permitia-lhes considerável flexibilidade nas negociações da moagem da cana com os senhores de engenho. Eram uma espécie de elite entre os agricultores, apesar de haver entre eles um grupo que tinha condições e recursos bem mais modestos.


Esses dois grupos - senhores de engenho e agricultores -, unidos pelo interesse e pela dependência em relação ao mercado internacional, formaram o setor açucareiro. Os interesses comuns, porém, não asseguravam a ausência de conflitos no relacionamento. Os senhores de engenho consideravam os agricultores seus subalternos, que lhes deviam não só cana - de - açúcar, mas também respeito e lealdade. As esposas dos senhores de engenho seguiam o exemplo, tratando como criadas as esposas dos agricultores. Com o tempo, esse grupo de plantadores independentes de cana foi desaparecendo, devido à dependência em relação aos senhores de engenho e às dívidas acumuladas. Essa situação provocou a concentração da propriedade e a diminuição do número de agricultores.


Existiam também os lavradores, que não possuíam terras, somente escravos. Recorriam a alguma forma de arrendamento de terras dos engenhos para plantar a cana. Esse contrato impunha-lhes um pesado ônus, pois em cada safra cabia-lhes, apenas, uma pequena parcela do açúcar produzido. Esses homens tornaram-se fundamentais à produção do açúcar. O senhor de engenho deixava em suas mãos toda a responsabilidade pelo cultivo da cana, assumindo somente a parte do beneficiamento do açúcar, muito mais lucrativa.


Nesta época, o termo "lavrador de cana" designava qualquer pessoa que praticasse a agricultura, podendo ser usado tanto para o mais humilde dos lavradores como para um grande senhor de engenho, conforme explica o historiador americano Stuart Schwartz.


No século XVI o açúcar tornou-se o principal produto de exportação brasileiro. Apesar da atividade mineradora do século XVIII e da concorrência do açúcar produzido nas Antilhas, essa posição manteve-se até o inicio do século XIX. Em todo esse tempo, segundo Schwartz, "houve tanto bons quanto maus períodos e, embora o Brasil nunca recuperasse sua posição relativa como fornecedor de açúcar no mercado internacional, a indústria açucareira e a classe dos senhores de engenho permaneceram dominantes em regiões como Bahia e Pernambuco."


- Mineira


"Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre! De cada ribeirão trepidante e de cada recosto De montanha o metal rolou na cascalhada Para fausto d’El-Rei: para a glória do imposto Que restou do esplendor de outrora? Quase nada: pedras....templos que são fantasmas ao sol-posto." Manoel Bandeira - Ouro Preto - Lira dos 50 anos


Podemos dividir os efeitos da descoberta do ouro sobre o Brasil colônia em três grandes dimensões; o primeiro deles é de ordem geo-administrativa, na medida em que deslocou em definitivo o centro da atividade econômica e o aparelho político-administrativo para o eixo centro-sul do país. Rio de Janeiro tornou-se em 1763 a capital do Vice-reino devido a supressão do Estado do Maranhão e sua integração ao Estado do Brasil, formando ambos uma nova entidade político-administrativa. Estimulou a fixação da população, que até então vivia, como já foi dito, tal um caranguejo preso ao litoral ou como erráticos nômades vagando aos bandos pelos sertões e pradarias do país . Minas Gerais tornou-se, por sua vez, um ponto de partida para a ocupação de outras regiões até então desertas de civilização, como o Goiás e o Mato Grosso. Foi lá também que se gerou o primeiro complexo urbano composto pelas vilas auríferas e diamantíferas, fazendo nascer uma sociedade diferenciada da que existia no Nordeste ou em São Paulo. Demograficamente, segundo Contreras Rodrigues, deu-se o maior salto populacional até então visto: de 300 mil habitantes em 1690, para 3.250.000 em 1798!


Economicamente representou a formação do primeiro mercado interno do Brasil colonial. Até então, toda a produção - açúcar, tabaco, algodão, e produtos de extração diversos - tinha destino externo. Como as terras ao redor das minas eram estéreis, os alimentos custavam fortunas. Estimulou isso a expansão da criação do gado para corte e para carga, fazendo com que vastas regiões fossem transformadas em estâncias de criação, desde Campinas em São Paulo, até Vacaria e Soledade no Rio Grande do Sul. Foi também para abastecer as minas que surgiu a indústria do charque, ao redor de 1780, na área de Pelotas, espalhando-se para o vale do Jacuí, no RS. O Rio de Janeiro tornou-se o principal porto do país, simultaneamente o maior mercado escravista da colônia e exportador de mineral precioso. Nunca se importaram tantos escravos de uma vez só como no auge da exploração aurífera, entre 1730-50., fazendo com que , juntamente com os pardos escravizados, atingissem ao total de l.581.000, ou 48,8% da população existente!


Social e culturalmente fez com que surgisse pela primeira vez no Brasil colônia uma classe média de artesãos, de profissionais das minas, de comerciantes e funcionários, de militares, de artistas e músicos, além de uma poderosa plutocracia que enriquecera com o ouro. Foram eles que esboçaram, ainda que fracassada, a primeira tentativa de independência do Brasil. Os seus intelectuais e poetas tiveram atuação marcante na vida cultural das Minas Gerais, mesmo que temática e esteticamente dependentes do movimento arcadiano europeu. O barroco mineiro, estilo predominante na construção de casas, de igrejas e de palácios, tem sido apontado como a mais bela herança dos tempos do ouro.


A maior crítica feita à descoberta é a de que bem pouco do ouro sobrou para o Brasil. Ou, como disse o poeta, restou-nos "Pedras....templos que são fantasmas ao sol-posto". Gastou-se em escravos e oferendas religiosas, capelinhas e igrejas. Ao contrário de outras regiões do mundo, onde se descobriram minas valiosas, como na Califórnia em 1848-9; na Austrália em 1851; na África do Sul em 1886; e no Alasca, em 1896, não provocou a emergência de uma sociedade fabril. No Brasil, o ouro veio e foi-se com o vento. Alguns responsabilizam o Tratado de Methuen, assinado por Portugal com a Inglaterra em 1703; outros, ainda, o decreto antiindustrial da rainha D. Maria I, de 1785, que vedava a instalação de manufaturas na colônia. A resposta a essas questões encontra-se em Portugal e não só no Brasil

Biografia de Manuelzão


Um velho sertanejo de prosa agradável, sempre disposto a receber uma visita com bom humor e contar '"causos" dos mais peculiares e interessantes. Essas são algumas das características que marcaram a personalidade de Manuel Nardi, que inspirou o escritor mineiro João Guimarães Rosa a criar um de seus mais famosos personagens: Manuelzão. A sabedoria do vaqueiro e sua preocupação com o meio ambiente traduzem a causa deste Projeto, que foi batizado com o nome Manuelzão.


Nascido em 1904, em Dom Silvério, cidade na Zona da Mata Mineira, Manuel Nardi passou quase todos os seus 93 anos no sertão mineiro. Ficou órfão de pai quando ainda era criança e também foi cedo que saiu de casa. O primeiro emprego foi como cozinheiro de tropa, o que o levou a conhecer bem o interior de Minas Gerais. Manuelzão encantava com sua simplicidade e franqueza. E mesmo depois de se aposentar como vaqueiro continuou figura conhecida no sertão mineiro.


Em 1952, Manuel Nardi conheceu Guimarães Rosa, que já era consagrado pelo livro Sagarana. Naquela época, Manuelzão era capataz das boiadas do fazendeiro Chico Moreira, primo do Guimarães. O encontro entre o vaqueiro e o escritor se deu quando Guimarães decidiu acompanhar uma viagem da boiada do primo. Daqueles 10 dias pelo sertão de Minas, resultariam dois de seus livros mais importantes: Grande Sertão: Veredas e Corpo de Baile, livro de contos e novelas que depois foi dividido em três volumes – Manuelzão e Miguilim, No Urubuquaquá, no Pinhém e Noites do Sertão.


Aquele encontro também foi valioso para Manuelzão: "Quando eu agüentava trabalhar, eu estava sempre ocupado. Se eu não conheço ele [Guimarães Rosa], eu hoje estava um velho encravado. Ninguém ia lembrar de mim. Eu não aprendi muito com ele porque tudo o que ele perguntava, anotava num caderninho. Mas a gente não anotava nada do que ele dizia. Então, esqueci muita coisa", dizia o vaqueiro.


Manuel Nardi morreu em 1998, um ano após o surgimento do Projeto Manuelzão. Em 1997, o vaqueiro apresentou o Projeto numa reunião do Instituto Mineiro de Gestão de Águas e do Programa de Saneamento do Estado de Minas Gerais.


A história e experiência de Manuelzão mantêm viva uma época em que o homem e a natureza não conviviam com tantos conflitos. Assim como na literatura de Guimarães Rosa, que busca preservar a vida e a linguagem sertaneja, o Projeto Manuelzão luta por preservar não apenas o sertão, mas toda a bacia do Rio das Velhas.

Museu Manuelzão


Após a visita à Igrejinha, o grupo foi ao Museu Manuelzão, que era a casa onde ele viveu. Lá encontramos vários quadros do sertanejo na parede, todas as condecorações que Manuelzão recebeu durante sua vida, um quarto que guarda sua famosa capa cinza e um de seus chapéus, além de outros objetos. Na copa, alguns móveis, uma caixa grande azul e muitos canivetes. Na entrada do quarto onde dormia o vaqueiro, a frase "quando a gente dorme, vira de tudo: vira pedra, vira flor". Da obra de Guimarães Rosa, escritor mineiro que imortalizou o vaqueiro, o escrito está bem acima dos dois pares de chinelos usados por Manuelzão. Na cozinha, o fogão de lenha, o filtro d'água, e um armário antigo. No quintal, um banquinho que durante a tarde Manuelzão costumava ficar sentado. De frente pro banquinho, um forno grande, o quarto de arreio. Lá dentro, sua cela, uma cama de mola.


Apesar do museu, os habitantes do povoado conservam a memória viva daquele homem de prosa agradável e memória fascinante, que veio a falecer em 1998. A história e experiência de Manuelzão mantêm viva uma época em que o homem e a natureza não conviviam com tantos conflitos. Assim como na literatura de Guimarães Rosa, que busca preservar a vida e a linguagem sertaneja, o Projeto Manuelzão luta por preservar não apenas o sertão, mas toda a bacia do Rio das Velhas

Igreja de Nossa Senhora das Mercês


No primeiro dia fomos a uma vila próxima à cidade de Três Marias, chamada Andrequicé. A primeira visita foi à Igreja de Nossa Senhora das Mercês, datada de 1.725, recentemente restaurada, apesar de preservadas suas características internas e externas do barroco rústico mineiro. Foi construída por um casal de portugueses que pagavam uma promessa (algo comum na época). Os contadores de estórias do Projeto Manuelzão narraram com imenso lirismo uma estória de Guimarães Rosa envolvendo personagens como o vaqueiro Manuelzão, que permitia perceber aspectos da vida daquelas pessoas, como a religiosidade, a simplicidade e a forte relação com a natureza (o riacho que estancou). A imagem da santa é de roca, ou seja, tem apenas rosto e mãos em um esqueleto de madeira.

Na blusa dos contadores de estórias, havia a frase: “O sertão é do tamanho do mundo”, de Guimarães Rosa, que procurava assim retratar a imensidade da cultura e da riqueza do sertão.

Relação entre a letra Assentamento e o contexto


Percebe-se uma relação entre a letra da música de Chico Buarque Assentamento, do trabalho Terra, com José Saramago e Sebastião Salgado, e a frase de Guimarães Rosa “O sertão é do tamanho do mundo”. Chico dedicou sua música "às milhares de famílias de brasileiros sem terra,que sobrevivem em acampamentos improvisados às margens das rodovias, lutando, na esperança de um dia conquistar um pedaço de terra para produzir", e na letra há menção à obra de Rosa.

Tanto a frase quanto a música fazem referência direta à terra e às pessoas que de alguma forma mantém uma relação muito estreita com ela, seja como desejo de sobrevivência, no caso dos sem-terra, ou como relação que ultrapassa a necessidade, chegando na proximidade e na admiração. Além disso ambos representam o ponto de vista daquele que se relaciona com a terra, seja o sertanejo ou o sem-terra. Abaixo está a letra da música de Chico Buarque:

Assentamento


Quando eu morrer,

que me enterrem nabeira do chapadão-

- contente com minha terra

cansado de tanta guerra

crescido de coração

Tôo(apud Guimarães Rosa)

Zanza daqui

Zanza pra acolá

Fim de feira, periferia afora

A cidade não mora mais em mimFrancisco, Serafim

Vamos embora

Ver o capim

Ver o baobá

Vamos ver a campina quando flora

A piracema, rios contravim

Binho, Bel, Bia, Quim

Vamos embora

Quando eu morrer

Cansado de guerra

Morro de bem

Com a minha terra:

Cana, caqui

Inhame, abóbora

Onde só vento se semeava outrora

Amplidão, nação, sertão sem fim

Ó Manuel, Miguilim

Vamos embora

João Guimarães Rosa - Vida e obra


Segundo ele: "Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens."


João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) em 1908. Formado em Medicina, exerceu a profissão até 1934, quando ingressou na carreira diplomática, tendo servido na Alemanha, Colômbia e França. Sua primeira obra foi Magma, um livro de poemas, com o qual obteve um prêmio da Academia. O livro ficaria inédito. Estreou para o público, de fato, em 1946 com um livro de contos que se tornaria um marco em nossa literatura: Sagarana. Mas sua consagração definitiva viria dez anos depois, com o romance Grande sertão: veredas. Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1963, só tomaria posse em 1967, morrendo três dias depois. No seu discurso de posse, em algumas passagens o escritor parece antecipar o fato. Os últimos parágrafos de seu discurso têm como assunto a morte. "A gente morre é para provar que viveu. (...) As pessoas não morrem, ficam encantadas." Mas a palavra derradeira desse discurso foi o nome de sua cidade natal: Cordisburgo.


O ambiente rural vem, há muito tempo, fornecendo material para nossa literatura. No Romantismo, Alencar, Taunay e Bernardo Guimarães produziram narrativas em que o homem e o espaço sertanejos são idealizados, em oposição ao homem da corte. Durante o Realismo/Naturalismo, Domingos Olímpio e Manuel de Oliveira Paiva debruçaram-se sobre o sertão, agora para revelar aspectos ignorados pelos românticos. No Pré-Modernismo, a realidade rural transformou-se em matéria literária para Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Simões Lopes Neto. A década de 1930 marca o surgimento do romance do Nordeste, com Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz, entre outros. Guimarães Rosa retoma a temática e a modifica radicalmente. E quais são essas modificações radicais?


Os demais regionalistas incorporavam termos regionais ao texto literário. Guimarães Rosa recria a linguagem regional de forma extremamente elaborada. Baseando-se na linguagem da região em que "ocorrem" as histórias narradas, o autor cria palavras novas, recupera o significado de outras, empresta termos de línguas estrangeiras, estabelece relações sintáticas surpreendentes.Na obra de Guimarães Rosa, o sertão não vai se limitar ao espaço geográfico, mas simboliza o próprio universo. Como afirma Riobaldo, personagem de Grande sertão: veredas: "O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos-gerais a fora a dentro, eles dizem (...) O sertão está em toda a parte."O sertão criado por Guimarães Rosa é uma realidade geográfica, social, política, mas também é uma realidade psicológica e metafísica. Nesse espaço (sertão-mundo), o sertanejo não é apenas o homem de uma região e de uma época específicas, mas homem universal defrontando-se com problemas eternos: o bem e o mal; o amor; a violência; a existên cia ou não de Deus e do Diabo etc. Daí classificar-se seu regionalismo como regionalismo universalista.Quanto ao processo narrativo, geralmente suas histórias (ou estórias, como queria Rosa) concentram-se em torno de "casos" que sustentam os enredos. Grande sertão: veredas provocou impacto sem precedentes em nossa literatura. Quando foi lançada a obra, percebeu-se que estava ali algo diferente de tudo o que até então se fizera em nossa literatura. Guimarães Rosa tinha levado a efeito a mais radical experimentação lingüistica pela qual passara o romance brasileiro. Como um imenso caleidoscópio constituído de casos, histórias curtas, páginas de diário, anedotas, a obra sustenta-se numa narrativa relativamente fácil que pode ser assim resumida:Riobaldo, agora já velho e fazendeiro na região do rio São Francisco, relata, sem obedecer à ordem cronológica, a uma personagem não identificada, sua trajetória de jagunço no norte de Minas e sul da Bahia; trajetória repleta de aventuras, que culminou com a obtenção do posto de chefe do bando. Conquistada essa situação, Riobaldo define sua mais importante empreitada: destruir Hermógenes - o líder do bando inimigo -, responsável pelo assassinato de Joca Ramiro, ex-chefe dos jagunços e, como se saberá no final, pai de Reinaldo/Diadorim. Para alcançar seu intento, Riobaldo teria feito um pacto com o Diabo, a quem tinha oferecido a alma em troca do sucesso na travessia do Liso do Sussuarão - região que não concedia passagem a gente viva -, e que teria de ser cruzada para o confronto com o adversário.


Alguns estudiosos vêem semelhança entre essa obra e uma novela de cavalaria. A travessia, palavra-chave em Grande sertão: veredas, representa o obstáculo a ser superado pelo "cavaleiro" (jagunço) e que dará sentido à sua existência. Paralelamente a essas aventuras e indagações metafísicas, tem lugar a forte atração (correspondida) que o narrador-personagem começa a sentir por Reinaldo, um dos jagunços do grupo, que Riobaldo trata de Diadorim. Naquele universo, uma atração dessa ordem fatalmente despertaria enormes conflitos em Riobaldo. Efetuada a travessia do Liso, ocorreu o combate em que o grupo de Riobaldo venceu o bando inimigo. Sucedeu também a morte de Reinaldo/Diadorim e, em seguida, a chocante cena em que Riobaldo assiste à preparação do corpo de Diadorim para o enterramento.


Obra:

Romance: Grande Sertão: Veredas (1956).Contos: Sagarana (1946); Corpo de baile (1956); Primeiras estórias (1962); Tutaméia: terceiras estórias (1967); Estas estórias (1969); Ave, palavra (1970). Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas. Corpo de baile apareceu, a partir da terceira edição, em três volumes: Manuelzão e Miguilin; No Urubuquaquá, no Pinhém; Noites do senão

Formigas e Cupins



As formigas e cupins, mais populares dentre os insetos, são interessantes porque formam níveis avançados de sociedade, ou seja, a eusocialidade. Eles, além de algumas vespas e abelhas, são considerados como insetos eusociais, fazendo parte da ordem Hymenoptera.
Por vezes, confundem-se as
térmitas (cupins) com as formigas, mas pertencem a grupos distintos.
As formigas distinguem-se dos outros insetos – mas algumas destas características são comuns a alguns tipos de vespas - por apresentarem:
Uma
casta de obreiras sem asas;
As fêmeas são
prognatas (peças bucais no acron);
Presença de um ‘’saco infrabucal’’ entre o
lábio e a hipofaringe;
Antenas articuladas, com o artículo distal alongado (exceto nas subfamílias Armaniinae e Sphecomyrminae);
Glândula metapleural nas fêmeas, abrindo na base das patas posteriores;
Segundo
segmento abdominal formando um “pecíolo” (pouco diferenciado nas Armaniinae);
As asas anteriores não apresentam
nervuras ramificadas;
A rainha perde as asas depois da
cópula, que é realizada em voos de milhares de indivíduos.


- Formigas:


O estudo das formigas denomina-se mirmecologia. As formigas estão incluídas em uma única família (Formicidae), sendo que existiam 12.030 espécies descritas no início de agosto de 2007, distribuídas por todas as regiões do planeta, exceto nas regiões polares.
Organização social
Embora nem todas as
espécies de formigas construam formigueiros, muitas fazem autênticas obras de engenharia, normalmente subterrâneas, com um complexo sistema de túneis e câmaras com funções especiais – para o armazenamento de alimentos, para a rainha, o “berçário”, onde são tratadas as larvas, etc.
As sociedades das formigas são organizadas por divisão de tarefas e a cada tipo de tarefa corresponde um tipo de indivíduos diferente, muitas vezes chamados
castas.
A função da
reprodução é realizada pela rainha e pelos machos. A rainha vive dentro do formigueiro, é maior que as restantes formigas, perdem as asas depois de fecundadas e durante toda a sua vida põe ovos. Os machos aparecem apenas quando é necessário fecundar uma nova rainha, o que acontece durante um vôo em que participam milhares de fêmeas e machos alados; depois da fecundação, os machos não são autorizados a entrar no formigueiro e geralmente morrem rapidamente.
As restantes funções – procura de
alimentos, construção e manutenção do formigueiro e sua defesa – são realizadas por fêmeas estéreis, as obreiras. Em certas espécies, as obreiras que realizam as diferentes funções estão também divididas em castas. Normalmente, as que se ocupam da defesa – ou para o ataque, uma vez que algumas espécies são predadoras de animais que podem ser maiores que elas - têm as peças bucais extremamente grandes e fortes.
Existe também outras 2 funções;a de operário e a de soldado.As operarias tomam conta dos bebês-formigas,fazem a limpeza da casa e vão atrás de comida.Já as formigas soldados guardam a entrada do formigueiro sem descanso.


- Cupins:


Todos os cupins são eussociais, possuindo castas estéreis (soldados e operários). Uma colônia típica é constituída de um casal reprodutor, rei e rainha, que se ocupa apenas de produzir ovos; de inúmeros operários, que executam todo o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, que são responsáveis pela defesa da colônia. Existem também reprodutores secundários (neotênicos, formados a partir de ninfas cujos órgãos sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas (pseudo-operários ou "pseudergates") que retêm a capacidade de se transformar em alados ou soldados. Existem também cupins desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.
A dispersão e fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano, coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época ocorrem as revoadas de alados (chamados popularmente de siriris ou aleluias), dos quais alguns poucos conseguem se acasalar e fundar uma nova colônia.

O que é RPPN?


Uma RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica no Brasil.
A criação de uma RPPN é um ato voluntário do proprietário de uma área, que decide transformar toda ou parte desta em uma RPPN, sem que isso ocasione a perda do direito de propriedade. Este tipo de reserva tem o objetivo de promover a educacão
ambiental.
Por meio do Decreto nº 98.914/1990, ficou atribuída ao
IBAMA a competência de reconhecer estas reservas particulares, a partir da iniciativa de seu proprietário, em áreas onde fossem identificadas condições e caraterísticas que justifiquem ações de conservação, pelo seu aspecto paisagístico, ou para a preservação do ciclo biológico de espécies da fauna e da flora nativas do Brasil.
a criação de uma RPPN, fica oficializada uma parceria entre o Poder Público e
proprietário das terras, em uma espécie de acordo de cooperação cujo maior beneficiário é o ambiente natural. Isto traz, de formas diretas e indiretas, diversos benefícios ambientais e sociais para os proprietários (e também para a comunidade), entre os quais:
-Isenção de ITR (Imposto Territorial Rural); -Classificação da área como Produtiva, para efeitos de reforma agrária; -Facilitação em obter crédito junto ao Fundo Nacional do Meio Ambiente para desenvolvimento de atividades de baixo impacto como o ecoturismo e pesquisa científica; -Preferência na análise de pedidos de concessão de crédito agrícola para projetos a serem implementados em propriedades que contiverem RPPNs em seus perímetros; -Reconhecimento oficial da relevância ambiental de sua a propriedade, pelo fato dela passar a fazer parte do SNUC, tornando-se conseqüentemente área prioritária para investimentos em conservação ambiental; -Apoio e orientação do Poder Público para o manejo e gerenciamento da RPPN; - Oportunidade de ganhos financeiros, através do desenvolvimento de atividades de ecoturismo e educação ambiental, podendo o status de RPPN funcionar como um bom instrumento de marketing; -Apoio, cooperação e respeito das organizações ambientalistas.
Não é apenas o proprietário quem se beneficia da criação de tais Unidades de Conservação. Os Municípios que possuem Unidades de Conservação podem ser contemplados com uma parcela maior do ICMS (através do ICMS Ecológico), enquanto a natureza lucra com a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas, o que por sua vez melhora a qualidade de vida da população.
As Reservas Particulares do Patrimônio Natural representam um dos primeiros passos para envolver a sociedade civil na conservação da diversidade biológica, além de estar contribuindo para a proteção de áreas significativas dos diversos biomas existentes em nosso Estado, levando a gerações futuras os benefícios da manutenção da sua biodiversidade e, em muitos casos contribuindo também para a proteção e recuperação de itens importantes como os nossos mananciais hídricos.
Em Mato Grosso do Sul, foi criada em 29 de janeiro de 2003 a REPAMS – Associação dos Proprietários de Reservas Particulares do Mato Grosso do Sul, www.repams.org.br , cujo principal objetivo de fomentar a criação de tais Unidades de Conservação. Atualmente, existem no Estado 28 RPPNs estabelecidas, totalizando uma área protegida de 116.462,28 hectares. Exemplos de RPPN:
CHAKRA GRISU Brasília DF
SANTUÁRIO ECOLÓGICO SONHEM Brasília DF
MARIA VELHA Brasília DF
RESERVA CÓRREGO DA AURORA Brasília DF
SANTUÁRIO CARAÇA Santa Bárbara MG

Botânica - Angiospermas



Durante a viagem fomos apresentados à botânica, com foco no cerrado, que possui flores como a caliandra e plantas como buriti, cagaita, lobeira, ipês, jatobá, pequi e outras. Abaixo temos uma explicação sobre botânica em geral.
Características Gerais das angiospermas A conquista definitiva do ambiente terrestre na evolução dos vegetais ocorre com as angiospermas, pois apresentam maior grau de complexidade, maior diversidade de formas e grande distribuição geográfica.
Estes vegetais apresentam suas sementes protegidas dentro de frutos, que também funcionam como um mecanismo de dispersão para os vegetais. As angiospermas são plantas traqueófitas, com vasos condutores, com variação de tamanho, desde formas herbáceas até arborescentes.
A Estrutura da Flor das Angiospermas A flor é uma ramificação de crescimento limitado, que apresenta quatro tipos de folha modificada (verticilos), sendo dois verticilos férteis: o androceu (o conjunto de estames) e o gineceu (o conjunto de pistilos); os dois verticilos estéreis- que formam o perianto - composto pelo cálice (de cor verde e formado por sépalas) e pela corola (de cores vivas e formada por pétalas). As flores podem ser hermafroditas, mas também existem flores unissexuais. A forma da flor é de grande importância para a classificação das angiospermas. Reprodução O pólen ou esporo masculino é produzido nos estames. A passagem dos grãos de pólen dos estames aos pistilos (esporângio feminino) da mesma flor ou de outra chama-se polinização. Dependendo da maneira pela qual esse transporte se dá, a polinização pode ser: entomófila, realizada por insetos que carregam o pólen nas patas, ou anemófila, quando o vento carrega o pólen de uma flor para outra. As flores de polinização entomófilas possuem cheiros e cores intensos e produzem substâncias açucaradas (néctar) para atrair os insetos e facilitar o transporte do pólen. O fruto, berço mais seguro.
Após a fecundação, o primórdio seminal transforma-se em semente. O ovário da flor transforma-se em fruto, que guarda e protege a semente até que as condições externas estejam adequadas para a germinação. O fruto possui uma cobertura (pericarpo), constituída por três camadas. Se o pericarpo for seco e fino, o fruto é seco (trigo, noz, avelã, semente de girassol); quando é suculento, o fruto é carnoso. Existe grande variedade de frutos carnosos, como as bagas (tomate, uva), as drupas (pêssego, ameixa, azeitona) e os pomos (pêra, maçã, marmelo).
Classificação das Angiospermas Para simplificar a classificação no dia-a-dia, naturalmente, em algumas áreas do conhecimento passou-se a utilizar as designações Monocotiledôneas e Dicotiledôneas. É uma forma mais simples de referir-se às plantas separando-as em dois grandes grupos principais. As monocotiledôneas pertencem à classe Liliopsida enquanto as dicotiledôneas pertencem à classe Magnoliopsida.
Há diferenças marcantes entre cada grupo, quanto à germinação e emergência, desenvolvimento, crescimento e órgãos de reprodução o que permite rápida identificação. Segue-se uma explicação das principais diferenças de modo a fazer com que mesmo sem grande conhecimento em botânica, qualquer um consiga distinguir a qual grupo pertence determinada planta.
Quanto à germinação e emergência:
As monocotiledôneas, ao germinarem, emitem uma folha pequena folha para acima da superfície do solo. As dicotiledôneas, por sua vez, elevam, ao emergir, seus cotilédones acima da superfície. Os cotilédones abrem-se parecendo “folhas” que vão murchando na medida em que a planta cresce.
Quanto ao crescimento e desenvolvimento:
As monocotiledôneas desenvolvem folhas estreitas, mais compridas que largas e com as nervuras das folhas paralelas. As folhas de grama e milho são exemplos.
As folhas das dicotiledôneas, por sua vez, são mais largas que compridas, com formas mais arredondadas. Existe uma nervura central na folha, com várias nervuras secundárias que podem se encontrar ou não no limbo foliar. Folhas de amoreira e laranjeira são bons exemplos.
As raízes de monocotiledôneas são densas e extremamente ramificadas, não há raiz principal. É a chamada raiz fasciculada.
Nas dicotiledôneas, há uma raiz principal, com maior diâmetro e comprimento que as demais, pouco ramificada. Chamada de raiz pivotante ou axial.
Quanto aos órgãos de reprodução:
As monocotiledôneas possuem flores trímeras, ou seja, várias partes que compõem as flores estão presentes em número de três ou múltiplos de três: três pétalas, três sépalas, três estames etc. Nas dicotiledôneas, as peças florais estão em numero de cinco ou múltiplos de cinco.
O conhecimento desta maneira de classificação das plantas, tem muitas utilizações práticas. Com este conhecimento em mãos podemos concluir por exemplo, que devemos fazer covas mais profundas para plantar dicotiledôneas do que para plantar monocotiledôneas, devido ao tipo de crescimento de raiz.
Outro exemplo importante, é que alguns herbicidas seletivos controlam apenas dicotiledôneas não atingindo monocotiledôneas, facilitando o controle destas daninhas no gramado.
Exemplos:
Exemplos de monocotiledôneas: Gramíneas, arroz, milho, cereais, centeio, trigo, aveia, cana, palmeiras, e de dicotiledôneas: leguminosas (amendoim, feijão, soja, lentilha e ervilha), ipê, jacarandá, roseiras, paineira.

Cerrado


Dois milhões de Km² (25% BRA)
-Ocorre em vários Estados

Clima

Tropical-Sazonal (inverno seco/ verão chuvoso) – varia entre as estações, principalmente a umidade

A – Temperatura

-Média (22° C)
-Pequena estacionalidade (+ equilibrado)

B – Precipitação

-Entre “1200 mm e 1700 mm”
-Grande estacionalidade
-Seca (16%)/ Chuva (84%)

C – Ventos

-Fracos e pouco constantes

D – Radiação Solar

-Geralmente intensa
-Menores nos meses de chuva

Relevo

-Geralmente plano (Planaltos ou chapadões)
-Altitude (300 – 900 m)



Cerrado e Água

-Não é um fator limitante para a vegetação
-Plantas com raízes de até 20 m de profundidade
-Solo desseca até no máximo 2 m
-Plantas com raízes superficiais sofrem mais

Solo

-Antigo (Já sofreu muito desgaste físico-químico e biológico)
-Ácido (pH = 4 – 5)
-Grande quantidade de alumínio, manganês e ferro
-Profundo
-Pobre
-3-5% o teor da matéria orgânica
-Longa seca dificulta a ação de decomposição
-Escleromorfismo oligotrófico, que se manifesta por meio de:
- Folhas duras (a bate-caixa é um exemplo disso)
- Tortuosidade
- Casca grossa
-Aproveitamento do solo
-Calagem (Correção do pH)
-Adubação (Macro e micronutrientes)

Vegetação

-Muito diversificada
- De formas campestres até florestas

(A) Estratos
-Graminoso (gramíneas)
-Herbáceo (ervas e subarbustos)
-Lenhoso (arbustos e árvores)

Fauna

-Bem diversificada
-1/3 das espécies brasileiras

(A) Invertebrados
-Pouco conhecida

(B) Vertebrados
B.1 – Peixes
-Praticamente desconhecida

B.2 – Anfíbios
-Sapo-cururu
-Rã-pimenta
-Rã-manteiga
-Pererecas
-Cobra-cega

B.3 – Répteis
-Jacarés (Jacaretinga)
-Quelônios (Cágados)
-Lagartos
-Cobras (Jararaca, cascavel e coral)

B.4 – Aves
-De rapina (carcará e coruja-buraqueira)
-Ema e seriema
-Quero-quero
-Garça
-Tucano
-Bem-te-vi

B.5 – Mamíferos
-Lobo Guará
-Capivara
-Anta
-Ratos
-Tamanduá
-Onça (pintada e parda)

Fitofisionomias do cerrado

Cada divisão vegetacional:

(A) Cerrado “sensu stricto”
-Maior área ocupada
-50% gramíneas + 50% árvores e arbustos
-Nítido Escleromorfismo

(B) Cerradão
-Predomínio de árvores
-Boa parte coberta por arbustos
-Poucas gramíneas

(C) Veredas e Buritizais
-Predomínio de buritis
-Ocorre em solos úmidos (brejos)
-Típicos de fundo de vale

(D) Mata galeria e Mata Ciliar
-Segue o curso dos rios (Mata ciliar)
-Não segue (Mata galeria)
-Escleromorfismo praticamente inexistente
-Espécies sempre-verdes e semidecíduas
(E) Campo limpo
-Predomínio de gramíneas
-Por quê? Pobre e raso (solo)
-Cupinzeiros (típicos)

(F) Campo sujo
-Predomínio de gramíneas
-Com árvores e arbustos

Cerrado e Fogo

-Acúmulo de biomassa (queimada natural)
-Fogo pode ser benéfico
-Ex: Aumentando a biodiversidade

(A) Estruturas nas Plantas
-Súber
-Tortuosidade

(B) Rebrota e floração
-Rebrota rápida
-Fogo gera floração sincronizada

Relações entre plantas e animais


O lobo guará tem uma dieta mista com a predação de aves e o consumo das frutas de lobo. As frutas de lobo são grandes e com muitas sementes que são depositadas no solo junto com as fezes do lobo guará. O lobo defeca, preferencialmente, em áreas de solo descoberto, como estradas e ninhos de formigas saúvas, e suas fezes funcionam como marcação de território. Formigas saúvas cortam grande quantidade de plantas que são utilizadas, no ninho, como substrato para o crescimento de fungos. Os fungos cultivados são o principal alimento dessas formigas. No processo de escavar os ninhos estas formigas revolvem uma grande quantidade de solo que é, ainda, enriquecido pela matéria orgânica do material vegetal carregado por elas. As polpas de frutos também são utilizadas pelas saúvas. No caso da fruta de lobo elas carregam as sementes, retiradas dos frutos ou das fezes do lobo, para o interior do ninho por causa da polpa aderida a elas. As sementes são limpas e descartadas na superfície do ninho. Flávia S. Pinto mostrou, em sua dissertação de mestrado, que as sementes de fruta de lobo não germinam mais em solos retirados da superfície dos ninhos de saúva do que em solos de cerrado mas que a sobrevivência das plântulas sobre os ninhos é muito maior do que a das germinadas em outras áreas de cerrado. Assim, o lobo guará e as saúvas funcionam como dispersores de sementes da fruta de lobo e os ninhos das saúvas funcionam como um local adequado para a sobrevivência de suas plântulas.

domingo, 24 de agosto de 2008

Santuário do Caraça


Clima: No verão a temperatura chega aos 25ºC, sendo a melhor estação para banhar-se nas cachoeiras e piscinas naturais. O inverno, entretanto, favorece a prática do trekking. As noites no Caraça são bastante frias. O clima se relaciona com Brasília pelo fato de haver a distinção entre estação seca (inverno) e estação chuvosa(verão). Seria um clima típico de savana.


Vegetação: O Parque possui uma vegetação muito peculiar. É um dos poucos lugares onde se encontra a vegetação de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado. Destacam-se as orquídeas nativas e algumas plantas carnívoras. Por decorrência da presença do cerrado na maior parte da área de preservação o aspecto seco das plantas e o escleromorfismo (forma dura) se fazem presente, isso ocorre pela necessidade de reter líquidos em secas prolongadas.


Relevo: A Serra do Caraça é composta por montanhas e morros íngremes e picos que chegam a passar dos 2.000 m de altitude. Além das suas formações rochosas em ângulo agudo possui muitos cursos d'água.


História e Cultura: Acredita-se que o primeiro homem a chegar ao Caraça foi o Irmão Lourenço, no ano de 1770. Lá ele ergueu um altar, que nove anos depois se transformou na Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Esta foi a primeira igreja em estilo neogótico do Brasil, bem mais iluminada que as barrocas, possui vitrais franceses, uma imagem de São Pio Mártir (soldado romano cristão), arcos ogivais. Após a morte de Irmão Lourenço, D. João VI ofereceu as terras do Caraça aos padres lazarista portugueses. São eles que fundaram o Colégio Caraça. A escola se caracterizou por sua seriedade e disciplina. Grande parte da elite intelectual do país passou pelo Colégio, inclusive cinco presidentes brasileiros. Em 1968 um incêndio pôs fim ao funcionamento do Colégio. Atualmente as ruínas do incêndio foram transformadas em pousada e centro cultural.


Visita: Durante a visita, visitamos primeiramente a Igreja de Nossa Senhora mãe dos homens, neogótica, depois as ruínas do Colégio do Caraça, onde ocorreu um incêndio e onde hoje funciona um museu. Na mata, percebemos a transição entre a mata Atlântica e o Cerrado no solo e na vegetação principalmente. Além disso, lá encontramos em nosso caminho o escleromorfismo oligotrófico, do qual fala-se no texto sobre o cerrado; liquens, que são mutualismos que ocorrem entre um ser fotossintetizante (alga ou cianobactéria) e um fungo; galhas, ou ovos de borboleta; micos; além de insetos sociais, também estudados no texto sobre Cerrado.