segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Ouro Preto




A cidade foi fundada pelos bandeirantes vindos de Taubaté por leitos de rios (das Velhas), em 1693 a 1695, em busca de metais. Porém havia indígenas na região, que expulsaram os exploradores; e estes levaram o ouro paladiado que encontraram à Coroa portuguesa, que então financiou novas expedições, as bandeiras, no intuito de retirar o maior número de ouro no menor tempo possível. É da descoberta do ouro paladiado, de coloração escura, que vem o nome da cidade, adotado apenas depois do primeiro nome, Vila Rica, que foi por muito tempo a capital de Minas Gerais.


A cidade foi tombada pela Unesco como Patrimônio Histórico da humanidade, e, de sua renda total, apenas 3.6 % vem do turismo, e grande parte vem da mineração, ainda muito forte na região. A cidade é dividida em dois lados: o paulista, menos luxuoso, e o português, mais luxuoso. Há 13 igrejas na cidade, todas de ordem terceira (construídas por leigos), e por isso havia disputas em ter uma igreja mais rica. O barroco mineiro é tão famoso e destacado porque não é uma cópia de tendências portuguesas, mas uma soma entre elas e a realidade mineira, como por exemplo o relevo, motivo pelo qual são usadas pedras. Foi na antiga Vila Rica que ocorreu o famoso movimento da Inconfidência Mineira, contra a exploração da Coroa Portuguesa. Porém ele fracassou, e como seu líder, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi severamente punido; e a casa onde ele morava foi incendiada.



Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar

Construída quase ao mesmo tempo que a outra matriz, a de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. Inaugurada em 1733, por ocasião do Triunfo Eucarístico. Considerada a expressão máxima de opulência e dramaticidade do barroco. Desde maio de 2000 abriga o Museu de Arte Sacra de Ouro Preto. Construída no segundo período do Barroco, chamado "joanino". É considerada uma das primeiras igrejas mais ricas em ouro do Brasil, tendo gasto 450 quilos entre ouro e prata com a sua construção. O forro da nave é de encaixe (caixotões). São quinze painéis representando o antigo e novo testamento. Nesta igreja trabalharam os principais artistas do século XVIII, como Francisco Xavier de Brito (Mestre de inspiração de Aleijadinho. Foram mais de 400 kg de ouro para cobrir as talhas da nave e a capela-mor possui cerca de 470 anjos. Somente no séc. XIX, sua fachada sofreu alterações. Fica na Praça Mons. Castilho Barbosa. Funciona de terça a domingo, das 9h às 10h 45min e das 12h às 16h 45min.



Igreja São Francisco de Assis

A Igreja de São Francisco de Assis, é uma igreja da cidade de
Ouro Preto construída em estilo rococó, que constitui uma etapa posterior, na evolução do barroco mineiro.


Sua construção teve início em 1766, com projeto arquiteônico, risco da portada e elementos ornamentais como púlpitos, retábulo-mor, lavabo e teto da capela-mor da lavra de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e pinturas de Manuel da Costa Ataíde. Os dois artistas, nascidos respectivamente em Vila Rica (hoje Ouro Preto), e Vila do Carmo (hoje Mariana) são considerados os dois mais importantes nomes da arte colonial brasileira. O forro da nave, em forma de gamela, é totalmente coberto pela pintura de Ataíde, que representa a assunção de Nossa Senhora da Conceição (padroeira dos franciscanos, ordem terceira leiga, que construiu o templo), numa revoada de anjos, de várias faixas etárias - crianças, jovens e adultos - todos mulatos e músicos. Esta igreja é considerada por especialistas como Germain Bazin e Sylvio de Vasconcellos, como a obra-prima de Aleijadinho e Ataíde, opinião compartilhada pelo historiador Diogo de Vasconcellos.


Sobre a magia impactante da expressão barroca, nesta igreja, há um poema de Carlos Drummond de Andrade, publicado em seu livro "Claro Enigma", intitulado "São Francisco de Assis", algumas estrofes estão transcritas abaixo:


São Francisco de Assis
Senhor, não mereço isto.
Não creio em vós para vos amar.
Trouxeste-me a São Francisco
e me fazeis vosso escravo.
Não entrarei, senhor, no templo,
seu frontispício me basta.
Vossas flores e querubins
são matéria de muito amar.

Mas entro e, senhor, me perco
na rósea nave triunfal.
Por que tanto baixar o céu?
por que esta nova cilada?
Senhor, os púlpitos mudos
Entretanto me sorriem.
Mais do que vossa igreja, esta
Sabe a voz de me embalar.
Perdão, Senhor, por não amar-vos.


Destaque: Pintura do teto


O teto, com forro de gamela, é uma das obras primas de Mestre Athayde. A imagem apresenta formas orgânicas, curvas e com base em elementos naturais e Athayde usa o mulatismo para ser mais regional. O medalhão onde Maria aparece rodeada de anjos músicos forma o positivo enquanto o céu no fundo faz oposição a ele, e como característica barroca na imagem temos a valorização da virgem



Igreja de Nossa Senhora da Conceição ou Matriz de Antônio Dias (praça Antônio Dias)


Substituiu a capela erguida em 1699, pelo bandeirante Antônio Dias, fundador de Vila Rica. Construída entre 1727 a 1760, com projeto e construção de Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, é a maior da cidade, rica em trabalhos barrocos. Abriga, em anexo, na sacristia e na cripta, parte do acervo do Museu Aleijadinho, obras de Aleijadinho: mesa funerária de jacarandá e busto de pedra-sabão de S. Francisco de Paula. No altar de N. S. da Boa Morte está sepultado o artista, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Nesta igreja, também encontra-se o túmulo de seu pai..

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